sábado, 30 de julho de 2011

O caminho do meio

A esquerda fundamentalista não entende que a liberalização dos despedimentos pode de facto contribuir para a criação de empregos, pela simples razão de que nunca contratou ninguém e portanto não percebe que um patrão se inibe muitas vezes de contratar colaboradores com medo de ter que suportar salários numa situação de eventual decréscimo na facturação.
Como as estatisticas mostram que a maioria dos desempregados, só se decide a aceitar um novo emprego quando o subsídio está prestes a terminar, a direita fundamentalista acredita que facilitar os despedimentos e diminuir os apoios sociais aos desempregados, não só fará criar empregos como obrigará os desempregados a decidirem-se mais cedo pela aceitação de novos empregos. Numa situação de crescimento da economia as coisas poderiam ser de facto assim, mas quando a oferta de trabalho diminui, não se pode obrigar um desempregado a encontrar aquilo que não existe.
Entre o governo de direita com Vitor Gaspar admirador de Milton Firedman e Álvaro Santos Pereira adepto de Felipe Cavallo, e a esquerda que não acredita na economia privada, tem que haver espaço para o pragmatismo inteligente.
Siddharta Gautama, depois de ter passado primeiro pela procura desenfreada do prazer e depois pelo ascetismo rigoroso concluiu que o caminho da sabedoria era o caminho do meio.

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