Hoje foi divulgada uma estatística que nos diz que o
desemprego em Portugal desceu umas décimas! Os partidos da coligação de direita
e a generalidade dos comentadores económicos exultam com este estrondoso êxito
do programa de ajustamento.
Pois podem “limpar as mãos à parede”! O desemprego desceu,
mas está longe dos valores do início do programa. O desemprego desceu porque
subiu demasiado e algum dia tinha que inverter a tendência. O desemprego
escusava de ter subido o que subiu se o programa de ajustamento tivesse sido
outro que não este.
A inevitabilidade do programa, tal como foi implementado, não
tem justificação racional. Equilibrar as contas públicas tinha sido possível sem
a degradação da procura interna que levou à falência de muitas pequenas
empresas.
Como devia ser sabido pelo governo 90% do emprego está nas
pequenas empresas. Só um aumento da procura interna, como cuidado de
implementar as medidas indispensáveis para acautelar o aumento das importações,
pode gerar emprego.
Num inquérito realizado pelo INE aos empresários sobre a
competitividade, a primeira causa apontada por estes, para não efetuarem
investimentos foi a não existência de uma procura interna com significado.
Inverter esta situação só é possível alterando as políticas “supply side” até
aqui seguidas, o mesmo é dizer, alterando o governo.
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