Numa boa gestão
financeira, uma empresa deve utilizar capital alheio sempre que tiver a
oportunidade e possibilidade de o remunerar a uma taxa inferior àquela que
remunera os capitais próprios.
Os Estados, também
devem utilizar dinheiro a crédito para se financiar, aliviando os cidadãos dos
impostos, no pressuposto que os investimentos públicos a efetuar tenham um
retorno interessante quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista de
receitas públicas futuras.
Um financeiro alemão
dizia no início do século passado: “Os Estados que não recorrem à divida
externa exigem demais aos seus cidadãos ou não estão interessados em preparar o
futuro para as futuras gerações”
O Estado português
sempre recorreu ao financiamento exterior. Os mercados financeiros têm obvio
interesse em operações deste tipo, pelo volume de capital envolvido. Uma das
condições para efectivar os empréstimos é a credibilidade que o Estado tem
para, no futuro, cumprir os seus compromissos.
Infelizmente,
Portugal entrou em incumprimento por diversas vezes ao longo da sua história:
1560, 1605, 1834,
1837, 1840, 1846, 1852!
Nesta última vez, a
negociação com os credores demorou 10 anos.
A criação do FMI veio
facilitar aos Estados a gestão dos seus potenciais incumprimentos, evitando
entrar em “default”.
Portugal recorreu ao
Fundo Monetário Internacional por 3 vezes:
1ª vez em 1977 – Com
a economia mal refeita dos anos da revolução,
com a absorção de quase um milhão de portugueses retornados das
ex-colónias, uma inflacção superior a 20%, Mário Soares solicita a intervenção
do FMI.
2ª vez em 1983 – Governo
de Pinto Balsemão (1981-1983) enfrenta dificuldades financeiras e o governo
acaba por caír. Mário Soares e Mota Pinto (PSD) tem apenas um objectivo
político - a integração na CEE graves, Governo de emergência Bloco Central
PS e PSD. Mário Soares é primeiro ministro, Mota Pinto e Rui Machete são vice-primeiro
ministros, Ernâni Lopes é ministro das finanças
3º vez – Governo Sócrates. Na sequência do chumbo do
PEC4 os juros ficam incomportáveis quer para o Estado quer para a Banca. Os banqueiros pressionam o ministro das finanças Teixeira dos Santos a solicitar a intervenção externa.
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