terça-feira, 29 de setembro de 2015
Ir além da Troika, ao encontro de Haiek
O governo Passos & Portas quando tomou o poder deparou-se com uma oportunidade única para concretizar uma aspiração da direita portuguesa: Aumentar a competitividade do país, através da desvalorização do trabalho, da desregulamentação da economia, e da diminuição do peso do Estado.
E percebeu que poderia fazer recair os custos da impopularidade destas medidas sobre o anterior governo.
São conhecidas as polémicas que opuseram Keynes e Haiek sobre o papel do Estado. Enquanto o primeiro defendia o intervencionismo estatal, e o investimento publico, o segundo entendia que a presença do Estado era nefasta e poderia conduzir à “sovietização” da Economia. Keynes cujas orientações foram decisivas para ultrapassar a Grande Depressão de 1929, sempre soube defender com eficácia o seu ponto de vista. Haiek que negava a utilidade da intervenção do Estado, acabou condescendendo: “Não pode haver dúvida que um mínimo de alimentação, abrigo e roupa, suficientes para preservar a saúde e a capacidade para trabalhar podem ser assegurados a todos”. Ou seja: apoios sociais sim, mas num nível mínimo!
Hoje os economistas dividem-se pelos dois campos. Os mais conservadores, apelidados de "água doce" por se encontrarem nas universidas americanas do interior, pendem para Haiek e os mais progressistas, apelidados de `"agua salgada" pendem para Keynes.
A direita portuguesa é obviamente antiKeynesiana e nisso está em sintonia com os países do norte da Europa.
E estava tão convicta do seu desígnio histórico que “quis ir além da troika". Na Economia o trabalho foi feito através das privatizações que ultrapassaram o plano inicial como se pode ver no gráfico seguinte (Fonte: embaixador Seixas da Costa)
Os ataques à Segurança Social irão continuar se esta dupla Passos & Portas continuar em funções. Não é por mal, é porque estão convencidos que a competitividade do país depende disso.
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